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A Idade não impede o seu Libido

26/02/2014 

Foto: Marrie Bot

 A fotógrafa Marrie Bot realizou um ensaio fotográfico, no qual retratou cenas de amor, erotismo e sensualidade com idosos. Com o objetivo de explorar a imensa estranheza que é causada pela associação entre velhice e sexo,visto como um grande tabu na sociedade moderna.

 O conceito idealizado pela sociedade moderna induz ao pensamento em que a velhice esta relacionada à falta de prazer, de sensações, erotismo, sensualidade, ligando-a somente a conquista de experiências de vida, como se o idoso não mais estivesse vivo, não havendo mais prazeres físicos possíveis, como se essa fase na sua vida estivesse passado.

 Os tabus idealizados induzem ao pensamento de oposição entre idoso e sexo, em que esta geração não pode mais encontrar prazeres nesta fase da vida. Mas este conceito é equivocado, quando induz a sociedade idosa a este comportamento de que a vida já lhes ofereceu o que podia.

 A fotógrafa Marrie Bot, quis quebrar esse conceito enraizado na sociedade, com o propósito não de chocar as pessoas, mas de mostrar que o amor pode ser encontrado não só na juventude, mas na velhice também, onde podem ser criados novos valores que tornem esta fase mais agradável, de autoconfiança, com amor próprio, afirmação do corpo, das sensações, da vida, como a continuação de viver emoções e aproveitar as coisas boas que a vida ainda tem a oferecer.

 Assim a ideia de ser uma eterna criança, passa a intenção da idade não ser absoluta na vida do indivíduo, mas do seu pensamento ser o diferencial na sua qualidade de vida, até seu último instante. E se a vida é um jogo, que possa ser aproveitado até os mínimos detalhes, independente dos tabus impostos, onde o libido deve ser interrompido junto com a coloração natural dos seus cabelos.

Por Carol Rooke

Mulher - Um Objeto Super Valorizado

25/01/2014

 Muito se é discutido em algumas salas universitárias, reuniões feministas, blogs na internet, dentre outros, sobre a postura da mulher na sociedade atual. E o percurso de sua conquista parece ser historicamente muito mais distante, só que está muito mais próximo do que se possa imaginar. No próprio século XXI, mas conhcecido como a era contemporânea, a mulher ainda assim continua a ser tratada muitas vezes como um objeto de muito valor.

 O que causa a indignação é o maxismo, que esta enraizado nos costumes da sociedade, que com naturalidade é praticado em ações do cotidiano que são ditas "normais" e que não justificariam esse preconceito medieval nos dias autais. Como exemplo, é muito difícil a amizade de um homem, com uma boa aquisição financeira, com uma mulher bonita, sem que haja interesses da parte dele em elogiá-la e cobiça-la. Mas a questão não é o elogio, e sim até onde ele pode chegar, desrespeitando os limites e intenções da mulher, sendo que ela continua na mesma posição, a amizade.

 O que ocorre é uma falta de respeito com a opinião da mulher, como se ela não tivesse e não pudesse ter um próprio conceito a respeito do que quer e de quem quer ser amiga, sendo que ela é livre para escolher, com quem quer ou não ter um relacionamento, independente de sua classe sócio-econômica, cor ou gênero.

 A mulher é um ser livre igual ao homem, e não é um objeto que deva ser manipulada e forçada a fazer escolhas que fogem do que quer. A mulher é bonita, inteligente, possui muita capacidade e determinação e o que a difere do homem pode ser sim a sua formação biológica,mas a capacidade intelectual, a permite executar uma tarefa de outras formas, assim como há varias formas de serem executadas.

Por Carol Rooke

28/02/2014 

 Em tempo de Futebol e Folia seria bom acertar na lata...

 Andando pelas ruas de Mariana-MG, nesta semana, algo azul, quadrado, grande e sobre quatro rodas me chamou muito a atenção. Não é comum numa cidade histórica, com ruas calçadas por pedras e que não tem tradição de passeios públicos acessíveis, ver lixeiras tão grandes. Na verdade não é comum ver lixeiras. Nas principais ruas do Centro histórico esse é um item inexistente. Quem passa pela Rua Direita, se dirige para a Praça Minas Gerais e depois segue em direção à Igreja São Pedro, não encontra nenhuma lixeira pelo caminho.

 A falta das lixeiras não seria problema se todo mundo que circulasse pela cidade tivesse a mesma consciência de muitos turistas civilizados, iguais a tantos que tive o prazer de ver passeando por aqui. Pessoas preocupadas com o meio ambiente ou educadas para terem postura civilizada compreendem que a cidade é de todos. Estas sempre levam um saquinho para colocar os resíduos provenientes de seus consumos. Sabem que são responsáveis pelo próprio lixo, por isso colocam em algum bolso para depois, quando encontrarem um lugar adequado, poderem depositá-lo. E o nome certo é mesmo depositar, pois o que não é comestível é reciclável, torna-se matéria-prima fundamental para a renda dos Catadores de Material Reciclável de Mariana (CAMAR).

 Mas, o que fazer quando não se tem bolso, bolsa ou sacola? As lixeiras fazem falta. Os frequentadíssimos Jardins que o digam! Mesmo ali, em meio a tantas flores, Palmeiras, Ipês e Quaresmeiras, os lixos fazem parte desse cenário tão bem cuidado. Mas neste lindo local, Praça Gomes Freire, o problema não é falta de lixeira. Elas existem, porém são pequenas para o grande volume de pessoas que circulam por ali principalmente aos finais de semana. Quem sabe um dia algum funcionário público perceba o que é óbvio até para as crianças.

 E as caixas azuis? Já ia esquecendo. Não são peças de propaganda de certa operadora de celular. Mas antes que também pensem assim, já alerto que não têm nenhuma ligação. São na verdade soluções encontradas pela administração municipal para realizar o carnaval sem poluição visual causada pelos sacos de lixo. Trata-se de uma das exigências feitas pelo Ministério Público como solução para evitar depredação do patrimônio histórico. As tais caixas azuis são contêineres providenciados para suportar a consequência da explosão demográfica que ocorre em período de folia. O tamanho destas caixas é mesmo desproporcional. Elas atrapalham ainda mais a passagem dos pedestres, pois algumas foram colocadas sobre as calçadas. Nem parece que houve algum planejamento ou acompanhamento de algum administrador para definir os locais apropriados para colocá-las. Até mesmo um estudante do primeiro semestre de Administração saberia definir melhor onde deveriam ter sido colocadas. A miragem azul traz também preocupações, pois algumas estão com a tampa aberta, são verdadeiros esconderijo para bandidos. Porém, pior do que isto será se chover. Com chuva, elas serão grandes reservatórios de água.  Possuem dimensões suficientes para ocupar em largura, altura e comprimento, aproximadamente, um metro e meio. São tão grandes, em relação as que existem na Estação do Trem, que depois de cheias, somente poderão ser removidas com equipamentos adequados.  Em tempo de futebol e folia, será que os garis não precisarão pular para dentro delas para retirar todos os resíduos?  Será que o custo destas lixeiras não foi superfaturado? Será que não dificultarão a reciclagem? Em ritmo de carnaval, deixo meu grito: Olha a lata aí gente! Acertem na Lata!

Por  Di Anna Lourenço

As rodas que impulsionam a vida

 O sorriso no rosto não descreve a história de superação, afinal cada meta alcançada nos treinos com quedas e acertos, demonstra a persistência de atingir o objetivo e de superar o limite do seu corpo. O resultado é obtido nas competições, todo esforço é recompensado.

 A cada treino é estabelecido uma meta, vencer os seus limites físicos, psicológicos e sair da zona de conforto para atingir o sonho de ser uma das primeiras do país.

 Os anos de dedicação aperfeiçoaram as técnicas para transpassar os obstáculos. O desafio em chegar ao seu nível de sucesso, foi com o tempo, muito esforço e dedicação. Não apenas uma mulher, e sim a Mulher, que conquistou muitos pódios, medalhas e troféus nas modalidades de Cross Country (XCO) e Maratona, provas que exigiram muita habilidade técnica com a bicicleta, nas decidas e subidas íngremes em meio às trilhas com troncos e raízes de árvores, pedras soltas, jumps, paredes e escadas de madeira, lugares que só vendo para acreditar que é possível passar com a bicicleta.

 Com tantas modalidades de esportes, Liege acredita que foi escolhida pela bike, desde pequena gostava de pedalar, mas não tinha como o seu ideal competir.

 A sua brincadeira era andar de bicicleta, mas nunca imaginou viver só do esporte. Aos 17 anos começou a namorar com Wanderson Silva, que já pedalava e competia e que, aos poucos, foi montando uma bike para Liege, com as peças que sobravam.   

 “Sempre ia assistir ele nas provas e gostava; resolvi tentar"

 A participação nas primeiras competições não registraram bons resultados, como no Bike Enduro com o percurso de 32 km. No Iron Biker, maratona com dois dias, Liege teve dificuldades em passar pelas trilhas, pois teve que empurrar a bicicleta. Chorou, quase desistiu, além da bike ter quebrado, mesmo nessas condições conseguiu se classificar em 6º lugar. As duas provas aconteceram em Mariana (MG). A prova de percurso em Congonhas (MG) também foi marcante no início da sua carreira, “no início fui mal em todas, chegava em último lugar, e sempre vinha a ambulância andando atrás de mim”.

 Foi aos 18 anos que a biker decidiu se dedicar mais ao esporte. No começo só pedalava no asfalto e sempre acompanhada de duas amigas, pois tinha receio, por ser mulher, de pedalar nas trilhas. Liege melhorou o seu desempenho, direcionando o seu potencial nas Copas Internacionais que pontuam no ranking nacional e internacional. Mas teria que treinar mais técnica na bike e desenvolver mais habilidades para a modalidade de Cross Country. Apesar da diferença técnica das modalidades, ela não tinha medo, passava em todos os obstáculos, descia, às vezes caia e se machucava durante o percurso nas corridas de XCO, mas buscava completar a prova e fazer tudo.

 Formada no curso Técnico de Edificações, estagiou na empresa Terraço e abriu mão da sua carreira para se tornar uma profissional de Mountain Bike. Quando mudou para Itabira-MG, trabalhava de 6 h às 18 h: "era muito desgastante, tinha que ter muita concentração nas medições, o resultado dos cálculos deveria ser preciso, não podia ter erro”. Mesmo nessas condições, não desistiu da bike, depois de um dia cansativo, treinava sozinha na cidade que para ela era desconhecida. No retorno a Mariana, o trabalho ainda inibia sua melhora no treinamento, tinha dificuldade de encontrar tempo para treinar, o trabalho consumia quase o seu dia todo, e quando conseguia uma folguinha competia com o tempo frio para treinar.

 “Quando me formei tinha que ganhar dinheiro, ajudar a minha mãe, e melhorar a minha bike, que era muito inferior; se eu não trabalhasse não teria como evoluir.”

 Em busca de se dedicar mais no esporte com melhores resultados, Liege decidiu sair do seu emprego fixo e viver do seu sonho, ser profissional de Mountain Bike, como o seu esposo tinha uma loja, a Fly Biker, ela decidiu ir trabalhar com ele, mesmo sem muita compensação financeira. A mudança trouxe uma realização pessoal e outros benefícios na saúde, bem estar, bom humor, melhor desempenho e condições de treinamento.

“Quando você cansa a cabeça é pior do que cansar o corpo, por que se cansar o corpo, é só tomar um banho e relaxar, mas se a mente estiver cansada, nada funciona bem”.

 Suas perspectivas são direcionados ao esporte, quer ser profissional de Mountain Bike, ter condições de se sustentar e manter seus gastos, quer chegar na ponta da Elite, mas tem a consciência que esse caminho é alcançado aos poucos, um degrau de cada vez, a evolução ocorre aos poucos.

 Toda vez que vai largar sente um frio na barriga como se fosse à primeira corrida, se concentra e esquece que ao seu lado estão algumas campeãs de Mountain bike. “Penso que só eu estou na pista, e mostro o meu serviço”. O mais fácil de acontecer no Mountain bike é que a pessoa desista, mas para Liege foi prazeroso e gratificante subir cada degrau com o seu esforço.

“Sempre fui muito persistente, não se consegue resultados de um dia para outro, é uma questão de plantar e colher.”

 Sobre duas rodas, a cada giro a ciclista se destaca nas corridas por ser uma das melhores entre muitos. Com uma rotina de treino frenética para superar os seus limites e atingir as suas metas, Liege Walter treina para alcançar o seu objetivo. Em oito anos de muita dedicação, hoje colhe os frutos do seu grande desempenho na bike, com o destaque de 5º lugar no Ranking XC Feminino Elite representando a cidade de Mariana (MG), sendo uma das melhores ciclistas de Mountain Bike do Brasil.   

Por Carol Rooke

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